quarta-feira, 10 de junho de 2009

A RELAÇÃO COMIGO PRÓPRIO

Não devemos dar ouvidos à auto-suficiência, mas sim à vontade de Deus, ou seja, não devemos ficar pelos nossos desejos e necessidades, mas pesquisar profundamente em nós até encontrarmos o ponto em que possamos ficar em harmonia com a vontade de Deus. Este é também o ponto em que entramos em contacto com a nossa realidade essencial, com o nosso ser mais interior. Há diversas vozes dentro de nós. Uma delas é a voz superficial que São Bento relaciona com a própria vontade: «Agora, eu quero ir ali, quero ter isto, preciso disto sem falta, ou não quero aquilo que me irrita...»

Quando nós mergulhamos suficientemente em nós, em espírito de oração, descobrimos uma outra voz que se identifica com o nosso ser interior. É a voz de Deus. É a vontade de Deus.
A vontade de Deus não é algo estranho que nos abafa, é antes a expressão mais genuína daquilo que a nossa vida, a nossa liberdade, a nossa sinceridade querem. Só quando nós vivemos da vontade de Deus, da nossa verdade interior, é que a nossa vida vale a pena. A ligação com o nosso ser puro é condição para podermos experimentar Deus.

Quanto mais pesquisarmos a fundo em nós, mais reconheceremos que não vivemos em nós mesmos mas em Deus; que Deus nos chamou para formar a sua imagem em nós. E o nosso chamamento interior só é verdadeiro quando sentimos esta imagem de Deus em nós, quando escutamos o apelo da sua vontade a nosso respeito.

Anselm Grün, em "Bento de Núrsia - Mestre da Espiritualidade"

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